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Audiência debate Plano Municipal de Arborização de Rio Preto

Estudo elaborado pela Esalq revela que Rio Preto tem apenas 16% de cobertura arbórea e que seria necessário plantio de mais 128 mil árvores
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A Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, presidida pelo vereador Abner Tofanelli (PSB), realizou audiência pública para apresentação do Plano Municipal de Arborização Urbana da cidade. O estudo, elaborado pelo professor de Engenharia Florestal da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq), Demóstenes Ferreira da Silva Filho, revelou que Rio Preto teria um déficit de 128 mil árvores, sendo 33 mil de maneira prioritárias para as chamadas “ilhas de calor”, como a região central.

“Árvores de verdade, com copa, e não arbustos. 33 mil árvores para as áreas prioritárias, mais quentes, para aplacar a ‘febre’”, disse o engenheiro agrônomo da Secretaria de Meio Ambiente Otton Arruda, que apresentou o plano aos vereadores e à população presente na audiência. O pleno estima que para essa primeira etapa seja demandado um investimento de R$ 6 milhões.

Ainda segundo Otton, o estudo elaborado pela Esalq é um diagnóstico completo do que Rio Preto já tem em termos de arborização, o que falta, além de quantificar os espaços potencialmente arborizáveis e planejar a implantação da chamada floresta urbana, que é a arborização de áreas urbanas, como as próprias vias públicas.

O estudo aponta ainda que Rio Preto tem uma cobertura arbórea total de 16% em todo perímetro urbano, sendo que o mínimo para que a cidade como um todo sentisse os efeitos benéficos, como sombra e menos calor, seria 20%. E nas vias públicas, a índice de arborização é de apenas 9%. “Estudos recomendam que só acima dos 20% de cobertura começam a aparecer os bons efeitos. Mas para isso, não adiante rebaixar a copa das árvores. O objetivo tem de ser buscar a maior cobertura possível”, disse Otton.

O engenheiro também citou outro ponto de destaque do estudo que é a economia com manutenção de asfalto das vias que as árvores podem ocasionar. “O estudo constatou que uma rua sem árvores tem em média seis buracos, enquanto vias arborizadas tem 2,5 buracos, uma economia de 58%. Quando temos sombra, a variação de temperatura é menor”.

Outra questão apontada pelo estudo, disse Otton, são as podas excessivas de árvores, em especial dos oitis, árvores de grande porte e que são predominantes em Rio Preto. “O limite para retirada da copa das árvores é de 25%, mas as nossas árvores esse índice chega a 60%. Nossas árvores são extremamente podadas, com retirada em demasia da copa.”

Desafios

Ao final, o secretário de Meio Ambiente, Paulo Pagotto, falou não só da questão de arborização, mas dos desafios do Meio Ambiente, como a destinação de resíduos sólidos. Citou o exemplo da Fazendinha, área para onde são levados resíduos de podas de árvores. “A Fazendinha é uma área de transbordo, mas há 16 anos recebe resíduos de massa verde. Já estamos sendo notificados pela Cetesb, pelo Ministério Público, para uma solução.”

Sobre a questão da arborização, Pagotto disse que plantar árvores não é o problema, mas sim a manutenção das mudas. “Esse orçamento, de R$ 6 milhões, para as 33 mil mudas, inclui todo o processo de preservação”. Ele também falou sobre o processo de fiscalização de podas drásticas. “A fiscalização era responsabilidade dos Serviços Gerais, mas em junho deste ano a prefeito transferiu essa atribuição para Meio Ambiente. Estamos trabalhando para fazer esse processo da maneira correta.” Pagotto disse ainda que está em processo de elaboração de um aplicativo para controle, autorização e fiscalização da poda de árvores, inclusive com orientações e fotos do que é permitido na hora da poda.

Com a apresentação do Plano de Arborização, o próximo passo agora é a elaboração de um projeto executivo para cumprimento das primeiras etapas, as mais críticas, que seriam o plantio de 33 mil árvores.

Participaram da audiência, além de Abner e Otton, os vereadores Bruno Marinho (PRD) e Pedro Roberto (Republicanos) – membros da Comissão de Meio Ambiente -, Renato Pupo (Avante), Marcelo Renato (Novo), Odélio Chaves (Podemos) e Celso Peixão (MDB), além do presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), Gustavo Murad, representantes da Associação de Defesa dos Mananciais, como Décio Afonso Jacintho de Mello Filho, representantes da Polícia Ambiental, além de ativistas ambientais de diversas associações e entidades.




Publicado em: 14/11/2025 06:53:30