Vereadores, representantes do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) e membros de organizações ambientais debateram, na manhã desta quarta-feira (16/06), o projeto da autarquia para a instalação de uma estação elevatória de esgoto em área próxima ao condomínio Quinta do Golfe. A iniciativa suscita discussões sobre a preservação da Estação Ecológica do Noroeste Paulista e a proteção da microbacia do córrego Morais.

A previsão é que o equipamento deverá atender uma região que conta atualmente com 1.945 lotes, sendo 564 já ocupados. Os demais também estão liberados para construção. De acordo com o Semae, as discussões em torno dessa elevatória são realizadas desde 2017 e que, desde então, foram feitos vários traçados para o sistema, após solicitações de entidades ambientais. O objetivo era evitar que o sistema atravessasse a Estação Ecológica. O atual projeto deixa a estação próxima à área do córrego Morais. Segundo o Semae, o último traçado proposto estabelece que mais de 90% do sistema seja instalado próximo a cercas ou estradas, para minimizar a derrubada de árvores durante a obra. A primeira etapa da construção exige investimento na ordem de R$ 7 milhões.

O local apontado atualmente para a construção da elevatória, de acordo com a autarquia, é justificado pelo relevo. “Tem de estar nesse lugar porque precisa ficar em uma área mais baixa”, explica o assessor de gestão ambiental do Semae, Luiz Guilherme Braga. Contudo, representantes da Associação Amigos dos Mananciais (AAMA) cobram por uma alternativa técnica e por outro local para a instalação da elevatória. “Por que não apontam nenhum outro local? Não se estuda fazer isso em uma área particular?”, questiona Decio Mello, membro da associação.

Silvana Torquato, também integrante da AAMA, complementa: “Pelo projeto, a elevatória está dentro de uma área de preservação. Devemos pensar na preservação de uma área de importância inquestionável para Rio Preto e região.”

A entidade ambiental também questiona se, em vez de transportar o resíduo, não seria melhor tratá-lo no local, com a construção de uma miniestação de tratamento. O superintendente do Semae, Nicanor Batista, diz que, em 2004, ficou definido que Rio Preto teria uma única estação de tratamento. E que os córregos Morais e Biluca não têm classificação para receber esgoto tratado.

Para o Semae, a instalação da nova elevatória vai permitir a desativação de três elevatórias menores e evitar a construção de mais uma. “Desativa quatro pequenas elevatórias e substitui por uma moderna, tecnológica, monitorada por funcionários 24 horas”, explica Braga. A autarquia também garante a confiabilidade do sistema. “Possui três níveis de segurança, com risco quase zero”, diz Batista.

Para Silvana, as justificativas apresentadas pelo Semae não encerram a discussão. “Trazemos provocações para reflexão. Não podemos, quando se interfere em unidades de conservação, aceitar algo que se coloque como única solução, sem que isso seja exaustivamente discutido.”

Para o vereador João Paulo Rillo (Psol), a reunião permitiu o aprofundamento do debate, mas que este está longe de ser esgotado. “É preciso acionar a Unesp e outros atores envolvidos e discutir alternativas. Não estou convencido que esse tenha de ser o projeto.”

A fala do presidente da Câmara de São José do Rio Preto, vereador Pedro Roberto (Patriota), encerrou o evento: “Vamos solicitar que o Semae disponibilize o projeto técnico para conhecimento. O debate continua. Entre o ideal e o possível, vamos encontrar uma alternativa.”

Comunicação/Câmara Municipal

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