Aldenis Borim considera que lockdown foi necessário e atingiu resultados; especialista afirmou que apenas com vacinação da população Rio Preto poderá voltar à normalidade
09 de abril de 2021 - Categoria: Notícias da Câmara
A convite da Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Celso Peixão (MDB), Odélio Chaves (Progressistas) e Karina Caroline (Republicanos), o secretário de Saúde de São José do Rio Preto, Aldenis Borim, participou de reunião virtual na manhã desta sexta-feira para apresentar aos parlamentares rio-pretenses os resultados do lockdown implantado na cidade e também as ações de combate à pandemia de Covid-19 no município.
O secretário iniciou a reunião apresentando um balanço geral da Covid-19 em Rio Preto, que já totaliza 59.916 casos confirmados da doença, com 1.655 mortes. “A razão do lockdown era a grande circulação de pessoas, a alta taxa de transmissão, aumento da taxa de positividade, as novas variantes, a contaminação de uma população jovem e aumento de internações e óbitos”, disse o secretário, sobre os motivos que levaram pela decisão do lockdown.
Para Borim, o resultado dos 15 dias de restrições mais severas de circulação foi positivo, inclusive com queda no registro do índice de transmissão, de 1,45 para 0,98. “No dia do lockdown, a média era de 1,4 mil notificações por dia. No dia 7 último, foram 738. Uma queda de 50%. Os casos positivos caíram de 496 para 62, queda de 87,5%.”afirmou ele, que apresentou ainda dados de internação de pacientes com casos graves. “Nosso pico anterior, era de 698 internados em agosto de 2020. Em março de 2021, chegamos a 1.461 internados, dai veio a decisão do lockdown. Não tinha outra saída naquele momento”.
O secretário disse que a taxa de ocupação das UTIs de Rio Preto – que tem um total de 48 leitos de gestão municipal - hoje está na faixa de 97%, mas que espera a redução gradual pelos próximos 30 dias. Além dos 48 leitos de UTI, Rio Preto tem sob sua gestão 80 leitos de suporte ventilatório e 120 de enfermaria exclusivos para Covid-19.
Sobre a alta incidência de mortes em Rio Preto, que coloca a cidade como a de maior incidência por 100 mil habitantes no Estado, o secretário voltou a dizer que se deve ao alto índice de testagem do município, que chega a 90% dos casos notificados. “Essa taxa é o preço que pagamos da eficiência de nossa testagem. Quem não testa, não põe na certidão de óbito Covid”
Lockdown
Após as explicações iniciais, o secretário e o virologista Maurício Lacerda Nogueira, membro do Comitê Gestor de Enfrentamento à Covid, foram questionamentos por vereadores. João Paulo Rillo (Psol) questionou o virologista sobre o resultado do lockdown. “O senhor considera satisfatório o resultado do lockdown?”
“A questão é a falta de adesão das pessoas às medidas tomadas, até pela falta de exemplos das autoridades, mas pelos números apresentados pelo doutor Aldenis, o lockdown foi eficiente. Mas é difícil interromper uma doença de transmissão respiratória. O lockdown é um mecanismo para permitir os hospitais se recuperarem. Lockdown não resolve. O que vai resolver é a vacina.”
Rillo comparou ainda o lockdown de Rio Preto com Araraquara, que não registrou mortes nos últimos dias. “Não dá para comparar Rio Preto com Araraquara. Temos uma pujança econômica muito mais importante, somos centro de uma região. São situações diferentes.”
Vacina
Sobre a questão das vacinas, o virologista foi questionado também pelo presidente da Câmara, vereador Pedro Roberto (Patriota), quer pediu uma projeção sobre quando o Brasil – e Rio Preto – atingirá a imunidade coletiva para retomada gradual da normalidade. “Uma coisa que me deixa bravo é que o cavalo passou arriado em setembro e deixamos ele passar. Não compramos vacina e agora não tem suficiente. Se tivesse comprado lá trás, já teríamos vacinado 80 milhões de pessoas e hoje não estaríamos aqui discutindo isso. Estamos limitados a dois fornecedores com capacidade limitada de produção. Sobre a imunidade, quando atingirmos 50%, 60% da população vacinada, retomaremos um pouco a normalidade, mas isso só vai acontecer no final do segundo semestre.”
Kit intubação
O secretário de Saúde foi questionado ainda por vereadores sobre o risco de faltar medicamentos necessários à intubação e também as notícias de pedidos de demissão por parte de servidores. Borim descartou possibilidade de faltar anestésico. “Não houve falta. Montamos um protocolo, estamos em processo de compra, fornecedor diz que está tudo acertado e o Estado avisou que haverá distribuição.”
Em relação ao corpo de servidores, o secretário de Saúde disse que “realmente, há uns 15 dias, a situação estava muito difícil, havia cansaço, exaustão. Mas hoje houve melhora.” Sobre convocação de concursados aprovados em recente concurso, o secretário disse que, além da questão legal, é preciso de gente com experiência no tratamento de Covid-19. “Não adianta eu pegar um médico da família, que nunca entrou numa UTI, e colocar para tratar Covid. Não é só um problema legal, mas precisamos de profissionais qualificados.”
Hospital de campanha
Vereadores, como Robson Ricci (Republicanos), também questionaram o secretário sobre hospital de campanha. “Abrimos leitos em nossas próprias unidades. Transformamos unidades em atendimento exclusivo. Só no Jaguaré são 30 leitos. Em UPAs são 80 leitos de suporte ventilatório. Já a vereadora Karina Caroline perguntou ao secretário Aldenis Borim como está sendo feita a separação de pacientes com suspeita de dengue e com suspeita de Covid, já que os sintomas são parecidos. “Existe pré-triagem de sintomas antes do atendimento. Se é sintoma de dengue vai para UBS porta aberta. Se é suspeita de Covid, segue para unidade respiratória.”
Máscaras e pulseiras
Por fim, o vereador Renato Pupo (PSDB) lembrou da importância de reforçar a mensagem da obrigatoriedade do uso de máscaras pela população em áreas públicas como a Represa Municipal, e questionou o secretário sobre a possibilidade de adotar as pulseiras para identificar pacientes Covid, como têm feito algumas cidades da região.
“Isso não foi discutido, entra um monte de problema social, discriminação, mas vou por em discussão no comitê. Estamos vivendo um momento de guerra e temos de tomar atitudes que não são do perfil da gente.”
Ao final da sabatina, o vereador João Paulo Rillo disse que vai propor a criação de uma Comissão Especial de Vereadores (CEV) para analisar detalhadamente os dados técnicos apresentados pela Saúde e sugeriu também um debate público entre membros do Comitê de Enfrentamento à Covid com autoridades de saúde, o que foi rejeitado pelo secretário.
Comunicação/Câmara Municipal
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Publicado em: 09 de abril de 2021
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